Ave de Março

Andorinhas migradoras

Apesar de poderem ser vistas em pleno inverno, é no mês de março que chega a maioria das andorinhas. No interior alentejano podem ser observadas quatro espécies de andorinhas migradoras, vindas de África, todas elas com o propósito de aqui nidificarem e criarem as suas proles, aproveitando o bom tempo e a disponibilidade de insetos. Por aqui podem ser vistas durante a primavera e verão.

1 – Andorinha-das-chaminés (Hirundo rustica)

Esta é quase sempre a primeira espécie a chegar, ainda em pleno inverno. É a andorinha que nidifica em nossas casas, debaixo de alpendres e outras zonas cobertas. Nidifica também em edifícios velhos ou em ruínas e casas abandonadas. Faz o seu ninho em forma de taça, com barro e algumas palhas. Alguns casais passam entre nós os meses de inverno, mas são casos isolados e raros.

2 – Andorinha-dos-beirais (Delichon urbicum)

É uma andorinha que se observa quase sempre em bandos, nidificando também em grandes colónias. É conhecida na freguesia de Ficalho como Papalvo, pelas cores claras das partes inferiores. A maior colónia desta espécie situa-se precisamente na Igreja Matriz, com centenas de ninhos sobrepostos, de forma oval com uma pequena abertura de entrada.

3 – Andorinha-das-barreiras (Riparia riparia)

É a menos conhecida das andorinhas na freguesia, constrói os seus ninhos em buracos que escavam nas barreiras, sempre em pequenas ou grandes colónias. É também a mais pequena das andorinhas, apresentando tons acastanhados e claros na sua plumagem, com uma espécie de colar no peito. Em voo, pode confundir-se com a Andorinha-dos-beirais e com a Andorinha-das-rochas (espécie residente).

4 – Andorinha-dáurica (Cecropis daurica)

É a andorinha menos abundante, nidificando principalmente debaixo de pontes e casas abandonadas. Constrói o seu ninho em forma oval com um longo túnel de acesso, quase sempre junto ao tecto, como protecção para as crias.

As andorinhas prestam um enorme serviço ao ser humano e outros animais, alimentando-se avidamente de insetos e controlando de sobremaneira as grandes pragas de mosquitos e moscas, característicos da época do calor.

Fotografias e texto: Rui Doudinho